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Filha do cantaor Diego Santiago Vargas, María José mostrou desde muito cedo sinais de se tornar uma artista. Ainda menina, ganhou concursos de cante flamenco, estabelecendo-se em peñas, festivais e competições. Este foi o início da carreira artística de María José Santiago.
Grandes artistas da época (início dos anos 80) incluíram Santiago nos seus discos, como Lola Flores, La Paquera de Jerez ou José Mercé, entre outros. E seria em 1982 que chegaria um dos maiores êxitos internacionais de María José, convertendo-a numa artista imprescindível no Natal: a canção “Carita Divina”.
Sucessos na televisão e uma carreira discográfica muito completa, que incluiu álbuns de flamenco, coplas, boleros e grandes êxitos internacionais como “Tu locura”, um álbum de 1986 que foi um grande êxito em Miami e no mercado hispano-falante dos EUA. Este foi o momento do seu auge e a América Latina rapidamente se rendeu ao seu talento. Durante os anos 80, seguiram-se vários álbuns e em 1990, novamente em Miami, apresentou o seu novo álbum “Teatro”, que viria a ser um dos seus trabalhos mais importantes, prova da grandeza do seu talento.
Os anos 90 chegam com novos projectos, digressões, triunfos televisivos e discos, entre eles “Flamenco son”, gravado em Havana, nos estúdios de Silvio Rodríguez, com os arranjos de Adalberto Álvarez e a direção de Ricardo Pachón.
Em 2000, María José regressa à televisão como apresentadora, faz uma digressão por Espanha e pela América Latina, e nos anos seguintes: novos álbuns, novas colaborações e presença em importantes eventos sociais...
Quando se fala de Santiago, é preciso fazer uma menção especial às suas “zambombas flamencas”. Foi pioneira na criação de grandes espectáculos de Natal onde as canções de Natal levam o ritmo das bulerías de Jerez, a sua terra natal. Pode dizer-se que não há Natal sem uma zambomba de María José Santiago. A cantora lançou vários álbuns no novo milénio, sempre alternando com outros lançamentos de diferentes estilos.
Aparições televisivas em Espanha, Portugal, México, Cuba, Marrocos. Concertos, colaborações especiais e uma atuação que para María José, uma mulher de fé intensa, é inesquecível: a que realizou perante o Papa Francisco no Vaticano, perante 5.000 ciganos, prestando homenagem a Ceferino Giménez Malla. Um dia de grande emoção para a artista que uniu as suas raízes ciganas, a sua fé cristã e a sua arte, diante de uma das figuras que mais admira, o Papa Francisco.
María José forjou a sua carreira com base num bom trabalho, seriedade, empenho e sinceridade. Em 2022, lançou um álbum para celebrar os seus mais de 40 anos de palco: “40 María José Santiago”, onde mostra que continua em plena forma e onde partilha canções com Bertín Osborne, Pitingo e Miguel Poveda.